Resenha e Arte: Rodrigo
No início de 1985 a agenda de shows estava lotada, e a banda teve tempo apenas para respirar e gravar uma música; "She Sells Sanctuary" com o produtor Steve Brown (que anteriormente trabalhou com Wham e ABC) no Olympic Studios. A música foi lançada como single em 17 de maio de 1985, teve com seu estrondoso sucesso nas paradas indies e marcou a saída de Nigel Preston devido ao seu envolvimento em confusões e uso de drogas.
Umas das últimas fotos da formação original: Ian Astbury e Billy Duffy (atrás); Nigel Preston e Jamie Stewart (à frente)
A banda já sem Nigel Preston
A saída de Nigel não impediu que em outubro de 1985 fosse lançado “Love” com o baterista convidado Mark Brzezicki, do Big Country e produção de Steve Brown.
Mark Brzezicki
Steve Brown - Resgate da psicodelia dos anos 60
Originalmente o disco só possui 10 músicas: NIRVANA, THE BIG NEON GLITTER, LOVE, BROTHER WOLF;SISTER MOON, RAIN, THE PHOENIX, THE HOLLOW MAN, REVOLUTION, SHE SELLS SANCTUARY e BLACK ANGEL. Mas posteriormente o disco foi lançado com mais 2 faixas: LITTLE FACE e JUDITH.
Para a turnê do disco foi contratado Les Warner (ex-Julian Lennon).
Ian Astbury, Billy Duffy, Jamie Stewart e Les Warner
O disco começa com "Nirvana", uma música pra cima, com uma bateria de ska e marcada pela guitarra de Duffy. Em seguida vem "The Big Neon Glitter" que se inicia vovamente com Duffy e possui uma perfeita linha de bateria. A próxima dá nome ao disco; "Love". Novamente Billy inicia a música com maestria, mostrando que o guitarrista estava inspirado, e podemos perceber sua evolução musical. "Little face" é uma linda música, com uma bateria cheia de feeling, mais uma vez guitarras bem trabalhadas e a voz de Ian é simplesmente angelical. "Brother Wolf; Sister Moon" é a primeira balada do disco... repare que no final percebe-se alguns barulhos de trovões, uma ótima passagem para a próxima música intitulada "Rain" que se tornaria sucesso da banda até os dias de hoje. "The Phoenix" começa com a guitarra de Duffy ligada a um pedal Wah Wah e é a música mais pesada do disco. "Hollow Man" possui um ótimo refrão e é uma música "pra frente" e com ótima interpretação de Ian. "Revolution" é a segunda balada do disco e é a música que exprime perfeitamente a fase da banda naquela época, voltada ao pensamento hippie da década de 60. "She Sells Sanctuary" foi o primeiro grande hit; tanto que nunca saiu do set-list da banda até os dias de hoje. Nigel Preston tocou bateria somente nesta música e sua performance surpreende, tanto que nenhum baterista que passou pelo CULT depois conseguiu reproduzir fielmente a linha de bateria desta música. "Judith" é uma balada e é marcada pelos solos melódicos de Duffy, marcando novamente a fase inspirada do guitarrista. O disco termina com "Black Angel" uma balada que fala de um fugitivo e seus perigos durante sua volta para casa.
LOVE é um álbum bem trabalhado, climático e, até então, o mais pesado da banda resgatando um pouco do rock dos anos 60 e 70 com guitarras ácidas, melódicas e com pedais wah-wah. Por esse motivo o Cult foi bastante criticado (era quase um sacrilégio resgatar tudo isso nos anos 80), acusado de resgatar o movimento "flower-power" devido aos adereços, símbolos místicos e os cabelos longos de Ian. Os comentários foram mais contundentes quando confessaram gostar de Hendrix, Stones e Led Zeppelin, mas não deram a mínima aos jornalistas. A colocação de 15º lugar nas paradas e 200.000 cópias vendidas, apenas na Inglaterra, calou a boca dos piores críticos. As apresentações da banda nessa época eram como verdadeiras viagens lisérgicas: Ian, em seu visual andrógino, dançava hipnoticamente acompanhando a cada momento das músicas. Para acabar a viagem, o Cult normalmente fechava os seus shows com a cover do clássico "Wild Thing", dos Troggs.
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