Domingo, 19 de Outubro de 2008

CEREMONY (1991)

 

Resenha: Flávio e Will

Revisão e Arte: Rodrigo

 

  Após o estrondoso sucesso de SONIC TEMPLE e a morte do pai de Astbury; o CULT viu o seu fim  em março de 1990 com a saída do grande baixista da formação original Jamie Stewart. Esse pequeno hiato só durou até o fim desse mesmo ano, onde os dois integrantes originais e remanescentes Billy Duffy e Ian Astbury se juntaram novamente   no festival  GATHERING OF THE TRIBES, evento organizado por Astbury em prol  dos índios nativos americanos. A banda contava com Mark Morris (Balaam And Angels) no baixo e James Kottak (Kingdom Come, Wild Roses e Scorpions) na bateria.

 

Ian Astbury ao vivo no GATHERING OF THE TRIBES

 

BASTIDORES DO GATHERING OF THE TRIBES:

 

Ice-T e Astbury

 

Com Amy Ray do INDIGO GIRLS

 

Com Iggy Pop

 

                                            Com Lux Interior e Poison Ivy do THE CRAMPS

 

Com o SOUNDGARDEN e Susan Silver (esposa de Chris Cornell e empresária do ALICE IN CHAINS na época)

 

 

 Preparação para o novo disco:

 

 

  No início de 1991 ainda com Kottak na bateria e Tedd Hoffman (ex- Steve Jones, Voice)  no baixo, eles gravam um álbum intitulado HOLLYWOOD-RED ZONE DEMOS com 18 canções do que viria a ser o novo disco: CEREMONY.

 

               James Kottak

                                                            Tedd Hoffman

 

 CEREMONY contou com a produção e teclados adicionais de RICHARD ZITTO e com a supervisão da dupla. Começam as gravações no MUSIC GRINDER A&M STUDIOS, um dos mais caros de Hollywood.

 

Ritchie Zitto

 

 

  A carga nas costas era enorme já que teriam que superar as vendas do mais bem sucedido disco da carreira: Sonic Temple vendeu quase 8 milhões de discos no mundo inteiro, mais de 3 milhões só nos Estados Unidos. A banda troca Kottak por Mickey Curry, que já havia detonado em Sonic Temple, para gravar a linha de bateria. Antes da volta de Mickey a banda fez algumas gravações com o excelente Larry Abberman (Steve Ray Vaughan, JIimi Vaughan e David Lee Roth) na bateria. (Larry aparece tocando bateria no clipe de WILD HEARTED SON). Para o baixo foi chamado o multinstrumentista Charley Drayton (Seal, Miles Davis, Rolling Stones).

 

Mickey Curry - bateria em Ceremony

 

Charley Drayton (baixo em Ceremony) e Larry Abberman

 

Larry Abberman no videoclip de Wild Hearted Son

 

  Benmont Tench (U2, Ringo Starr) dividiu os teclados no disco com Ritchie Zitto e Scott Turson. Os backing vocals foram feitos por Tommy Funderburk, Mona Lisa e Donny Gerrand. Alex Acuña faz o cello da faixa Indian e todo o trabalho de percussão do álbum.

 

  

            Benmont Tench

                                                                        Alex Acuña

 

  Ceremony foi marcado por uma fase em que o relacionamento profissional e pessoal entre Ian Astbury e Billy Duffy não andava bem, com ambos freqüentando o estúdio em horários diferentes, raramente estavam juntos durante a gravação.

  O disco abre com a faixa-título. Com um groove pra lá de Led Zeppelin, típica do disco anterior. O entrosamento entre os músicos é invejável no disco inteiro. Dois teclados duelam o tempo todo numa riqueza sonora intrigante. Wild Hearted Son é uma tentativa frustrada de ser a Fire Woman do álbum, em sua abertura há um belíssimo trabalho da AMERICAN INDIAN DANCE THEATRE, que apresenta a "Grass Dance".

 

 

  Earth Mofo é pesada e lembra Whole Lotta Love. A próxima música: IF, tem um início de piano belíssimo, e um feeling estonteante.

  Billy Duffy tenta a todo modo mostrar para os fãs e críticos que aquela capa em que ele aparece empunhando uma Les Paul do disco anterior era uma premissa para este trabalho. White é uma canção belíssima, intensa, com Billy usando violões GUILD FLAT de 12 cordas, dando um clima mais leve que Sonic Temple em algumas faixas.

 

 

  Em Full Tilt a banda se apresenta, com os instrumentos duelando entre si enquanto Astbury diz frases de efeito. A balada Heart Of Soul onde Ian diz que sofreu demais com as bebedeiras  nas visitas pelas cidades que gosta: Londres, Los Angeles e Paris. A introdução lembra I Remember You do Skid Row, o videoclip da mesma é boicotado pela MTV por aparecer Ian com coroa de espinhos com uma arma nas mãos e sangrando.

 

 

 

  Bangkok Rain também é pesada e bem executada pela banda. As baladas Indian e Sweet Salvation, com teclados e orgãos de igreja, uma homenagem à sua esposa na época, mãe de seus 2 filhos, que posteriormente se separariam. Wonderland fala de um famoso assassinato por tráfico de drogas, ocorrido em Hollywood na década de 70. É uma das mais importantes músicas do disco, com solos de guitarra e um groove instrumental digno de músicos do Led Zeppelin, que assim como Sonic Temple, era a referência mais direta de CEREMONY, que teve 2 singles com os respectivos videoclips: Heart Of Soul e Wild Hearted Son e uma série de músicas como lado B.

  Nessa época Astbury é convidado para fazer o papel de Jim Morrison para o filme de Oliver Stone, mas o mesmo nega o convite.

 

 

  A CEREMONIAL STOMP TOUR (1991 e 1992), foi um sucesso inacreditável de público e crítica, mas o disco vende apenas 1 milhão de cópias em todo o mundo. Muito menos do que se esperava. À partir dessa fase, o The Cult começa a deplorável tática de trocar insensantemente de músicos, tirando totalmente a identidade da banda.

  Na turnê o Cult contou com John Sinclair (Ozzy Osbourne, Uriah Heep, Grace Jones e The Cult) nos teclados e podendo agora aparecer no palco e não atrás dele como anteriormente. Kinley Wolf (Lord Tracy, Europe) baixista virtuoso, fazia também guitarras acústicas com Billy. Michael Lee (Little Angels), um jovem garoto que entrou na bateria posteriormente seria contratado por Coverdale, Echo & The Bunnymen, Thin Lizzy, Robert Plant e Page.

 

Kinley Wolf, Ian, Michael Lee e Billy

 

 

  Em 1991 o The Cult tocou no Marquee Club em Londres, que foi gravado e lançado em fevereiro de 1993 como um bônus da versão inglesa da coletânea Pure Cult em vinil. Somente algumas cópias em CD foram produzidas originalmente e depois foi relançado em 1999. Um video pirata incompleto desse show também esta em circulação.

 

 

 

 

 


  No dia 1º de abril de 1992 o CULT perde mais um membro de sua formação original: NIGEL PRESTON que saiu antes mesmo da gravação de LOVE, vítima de overdose.

 

  O Cult foi processado pela mãe do garoto Nativo Americano que figura na capa de Ceremony, processados por exploração e por uso sem autorização da imagem de uma criança. Essa imagem do garoto também é queimada no video de "Wild Hearted Son". Quando esta criança viu esse video na televisão e viu sua imagem sendo queimada, ficou traumatizado. O impacto em sua vida, incluindo sua participação na vida Ceremonial da comunidade, foi muito negativo. Esse processo atrasou o lançamento do Ceremony em muitos Países incluindo a Coréia e Tailandia, que não viram o lançamento do album até o fim de 1992 e o álbum não foi lançado na Turquia até o CULT ter tocado em muitos shows em Istanbul em Junho de 1993.

 

 

  À respeito de toda a polêmica em torno do processo com o garoto Indígena e o fracasso comercial do álbum, Ceremony causa indiferença em alguns e amor em outros. O fato é que Ceremony nos brinda com a excelente "Wild Hearted Son" e a linda balada "Heart of Soul", as mais conhecidas do álbum e que tiveram belos videoclipes, muito bem produzidos. Músicas que infelizmente não viraram singles oficiais, mas que tem excelente respaldo entre os fãs, como "IF" e "White", mostram que o álbum tem sua força e se o relacionamento entre Ian e Billy não era dos melhores, a contribuição de ambos ainda rendia bons frutos. No álbum é possivel ouvir alguns dos melhores riffs de Duffy, como na excelente Earth Mofo e na mais cadênciada Bangkok Rain. Ceremony foi uma tentativa da banda sem sucesso do ponto de vista comercial, mas que agrada a muitos fãs com maestria.

 

 

  

 

 

PINKPOP FESTIVAL 92 - HOLANDA

 

 

 

Ian e Billy com o Pearl Jam no camarim do PINKPOP - Holanda

 


publicado por Rodrigo às 14:47
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