Quinta-feira, 4 de Junho de 2009

THE CULT (1994)


 

 

Resenha: Flávio e Will

Revisão e Arte: Rodrigo

 

  O Cult encerra a tour CEREMONIAL STOMP no fim de 92 , com a partida do excelente baterista revelação MICHAEL LEE, que foi convidado pra tocar na banda de ROBERT PLANT, lider do Led Zeppelin, e Astbury o substitue pelo norte americano SCOTT GARRET oriundo de Washington, DC. Garret tocava em bandas grunge  como POP´S COOL LOVE e NEVERMIND, ainda com o baixista KINLEY WOLF o Cult já com um visual diferente da tour do Ceremony, faz alguns raros shows com visual GRUNGE e apresentando músicas novas compostas por ele dando sinal de um futuro album, músicas como Gone - Starchild - Be Free, foram tocadas em concertos cult como o SAN DIEGO INDIAN BENEFIT, em frente a um forum da cidade ao ar livre. Além de apresentarem o novo batera da banda , Ian Astbury empunha uma guitarra telecaster e manda ver uma belissima versão de CORTEZ THE KILLER, classico absoluto do canadense NEIL YOUNG .
  Astbury faz declarações que o rock está morto e cai profundamente na música eletronica que dominava a europa naquela época, participa e produz um cd do grupo eletronico MESSIAH em 93 cujo a faixa titulo é um sugestivo nome de um livro do filosofo alemão NIESTCHE:  BEYOND GOOD AND EVIL , astbury participa de 5 faixas com vocal e samplers.
  A banda resolve sair em tour pela europa e eua pra divulgar seu album PURE CULT que tinha sido relançado em duas versões diferentes , com um visual completamente renovado e grunje a banda excursiona pela europa juntamente com o METTALICA, banda do qual o Cult abriu em 89 ;e com os GUNS AND ROSES
para abertura de alguns shows na europa e reino unido, (Astbury retomou a amizade com o GUNS em 93).

  Participam da trilha sonora do filme COOL WORLD [mundo proibido] que traz BRAD PITT e KIM BASSINGER , a trilha comandada por DAVID BOWIE traz um THE CULT totalmente diferente , eletrônico com uma canção moderninha de nome: THE WITCH,
uma regravação de NORTHERN MAN, canção feita em homenagem as bandas favoritas de Ian na Inglaterra: Happy Mondays e Stone Roses. The Witch traz a produção de RICK RUBIN e GEORGE DRAKOULIAS ambos do ELECTRIC de 87 juntamente com um baixo e bateria semi-eletronicas a cargo de Matt Dyke e Drakoulias, esse single sinalizava uma total reformulada no som da banda .

  Nos show de 93 o cult apresenta uma nova banda,  Scott Garret ainda na bateria, juntamente com MIKE DIMKICH, um guitarrista SERVIO-CROATA que tocava na banda de apoio do STEVE JONES e que agora seria o guitarrista base do THE CULT . DIMKICH tinha um curioso visual rockabilly e se encaixou perfeitamente na banda.

 

Mike Dimkich (guitarra base na tour de 93)

 

  Billy Duffy de barbicha e visual grunge agora tinha como parceiro o baixista CRAIG ADAMS,  ex-Sister Of Mercy e ex-The Mission. Adams ja tinha tocado com o Cult em varias jams e ocasiões, passou não só a ser baixista da banda, mas também a compor musicas para o futuro album.

 

da esquerda para a direita: Craig Adams (de bandana), Ian Astbury, Scott Garret e Billy Duffy (atrás)

 

 

 

  Após uma extensa tour com o Guns N' Roses, Metallica e Aerosmith, entram em estudio com RICK RUBIN para produzir o sucessor de Ceremony, nesse intervalo eles gravam um especial para MTV EUROPA que seria base para seu primeiro DVD PURE CULT, onde Rick Rubin aparece na mansão de BILLY DUFFY no elegante bairro de GLENDALE - HOLLYWOOD. Segundo consta Rick Rubin não estava se entendendo bem com o Cult e IAN ASTBURY o despediu; e seu disco com a produção de RUBIN foi devidamente arquivado e descartado. Segundo Astbury:
 
  ´´RICK RUBIN estava muito veadinho, sem atenção e so ficava de walkman escutando suas musicas ´´
 

 


  Então eles resolvem recontratar BOB ROCK, e um time refinado de musicos e produtores para gravarem o novo disco, em cima do disco de Rubin. O mundo impregnado pelo som da era GRUNGE de bandas como NIRVANA e cia, o U2 com o sucesso estrondoso de seu ACTHUNG BABY e ZOOROPA,  a musica eletronica despontando como universal e bandas pop como INXS no seu auge, antes da morte de MICHAEL HUTCHENSE... Astbury resolve dar uma repaginada completa tanto na sonoridade como no visual e caminhos da banda; e eles gravam um disco de nome THE CULT, com um belo BODE PRETO na capa como se o Cult fosse taxado como  a ovelha negra do rock mundial , com a produção de BOB ROCK que também toca guitarra e teclados de apoio, apoiado pelo tecladista SCOTT HUMPREY [Nine Inch Nails - Robie Zombie - Thomy Lee] impõe um clima psicodelico e viajante ao disco que horas lembra a fase anterior do cult , com pistas de modernidade e eletronica com nuances de THE DOORS. Billy duffy toca baixo na faixa Naturally High onde Ian faz as guitarras impregnadas de Wah Wah para contar a letra que fala sobre a morte do ex baterista Nigel preston. O disco surprende a critica e fãs , por ser completamente diferente dos 3 discos anteriores, com musicas sem solo de guitarras, clima hard , mas com pitadas de grunge, pop e eletronico.
Ian astbury resolve expor uma das mais negras passagens da sua vida na musica BLACK SUN, onde conta o abuso sexual que sofreu ainda criança no Canadá quando trabalhava em uma lanchonete.

 


  A sonoridade das canções remetem a THE DOORS...INXS...NIRVANA , U2  e não somente a Led Zeppelin e Ac Dc como faziam antes. Na belissima Sacred Life, Astbury presta homenagens a Abbie hofman o pai do LSD, a Kurt Cobain, Andrew Wood, River Phoenix, que morre de overdose na porta do lendario Viper Room de hollywood.

  Com violões, teclados, percussão e uma sonoridade bem diferente do the cult usual , Ian estava feliz nessa época pelo nascimento de seu filho.

 


  ASTBURY pretende deixar uma marca conceitual no album THE CULT conhecido carinhosamente como BODE pelos fãs de carteirinha. Coming down , Star e Be Free são os singles do disco, e faixas belíssimas como a Theodoriana  JOY, que lembra demais Cold Turkey do lendário JOHN LENNON, ídolo e inspirador de Astbury; e a intrigante Universal You, escrita por Craig Adams fazem bonito. Faixas estranhas, mas belas, como Emperors New Horse e Saints Are Down que traz samplers de Buffy Saint Marie, fazendo Edith Piaf, soa como surpresa aos fãs hard rock do Cult e obviamente ficam fora do set list da band.

 

Videoclip de Coming Down (Drug Tongue)

 

 

  O encarte do album é todo feito a mão por IAN ASTBURY com direito a agradecimentos a sua esposa que aparece no clipe de coming down, declaração de amor ao Craig Adams, desenhos bizarros feitos por Ian e detalhes da ficha tecnica bem completos e curiosos. No single de Star a foto de 2 meninos ruivos de cabelo muito peculiar no caso os dois irmãos GARRET que mais tarde tocariam com Ian no Holy Barbarians. Curiosamente o album THE CULT deixa de fora varias faixas que foram lançadas posteriormente com lados b: Splunge Relapse, Sacred High , In The Clouds, Breathing Out , Beautys On The Streets  e North: que traz JOHNNY MARR guitarrista do The Smiths como convidado.

 

 

 

 

  O álbum conseguiu pouco sucesso, somente alcançando o 69º lugar nos EUA e 21º no Reino Unido. Billy Duffy na época disse que ele sabia que o álbum não venderia tãao bem com todos os FUCKS em "Gone", mas achava que o disco era provavelmente o álbum definitivo da banda. O single "Coming Down (Drug Tongue)" foi lançado logo no início da turnê para promover o disco, logo depois veio o single de "STAR", esta música nasceu em 1986 e se chamava "Tom Petty", foi gravada nas seções demo do "Sonic Temple" e ali foi batizada como "Starchild", sendo descartada pela banda durante os ensaios. Em 1993 a música foi revitalizada mais uma vez e foi finalmente completada para o lançamento em 1994 com o simples título de "STAR".

 

 

  A turnê intitulada "Beauty's on the Streets" começou no inverno de 1994 e contaram com o guitarrista de apoio James Stevenson. Assim como aconteceu em Ceremony, apesar dos dois singles oficiais, outras músicas foram lançadas como single em determinados Países e de uma maneira limitada. "Sacred Life" foi lançada na Espanha e Holanda. "Be Free" foi lançada no Canadá e França. "Saints are Down" foi lançada na Grécia, mas nenhuma delas foram um sucesso comercial.

 

James Stevenson (guitarra base na tour 94-95)

 

 

  

 

 

 


  O disco foi um divisor de águas, sem dúvida teve algo mais na sua composição e teve algo de confessual por parte de Astbury como ele mesmo diz, produção impecável, novos músicos, foi relativamente bem visto pela critica, mas com comentários que o Cult tinha ´´atirado pra vários lados´´ tentando acertar o alvo, e ao que parece ele errou  a pontaria, já que o disco foi um fracasso de vendas, o que deixou Astbury desapontadíssimo, apesar da tour ter sido um total sucesso de público e crítica, passando inclusive pelo Brasil, onde eles fizeram 5 belíssimos shows  lotados.

 

 

 

 

 

  

 
  In the clouds que saira na trilha sonora da ESPN e na nova coletanea HIGH OCTANE CULT juntamente com BEAUTYS ON THE STREETS, duas faixas inéditas. Após os show lotados do Cult no Brasil, a banda vai comemorar o sucesso da tour em um restaurante na frente do mar de Copacabana, existem muitas versões para o que aconteceu nesse restaurante. A versão dada por algumas fontes próximas a banda foi que Astbury simplesmente pediu uma quantia de dinheiro ao empresário da banda e desaparece com rumo ignorado pondo fim ao The Cult e ainda por cima tendo que cancelar shows já marcados, o que causa um mal estar geral e uma baita falta de respeito com seu fiel parceiro BILLY DUFFY, rumores dão como certo a insatisfação gritante de Ian, para com o fracasso de vendas e critica do THE CULT.

 

 

 

  O clima entre os membros já não estava bom e dava pra notar o mal humor dos caras nas entrevistas que deram por aqui. Craig Adams disse em uma entrevista anos depois da separação, dizendo que estava em seu quarto de hotel dormindo, quando alguém da equipe o acordou e disse: "Arrume suas coisas, vamos embora." Ele disse em seguida, assustado: "Embora, mas e a banda?", como resposta teve: "Que banda? O The Cult acabou!".
  Em uma entrevista com Ian, ele disse que nessa ocasião no Rio de Janeiro ele passou o tempo todo irritado pois quando chegaram, os quartos do hotel para os membros estavam todos prontos, menos o dele. Demoraram horas até que ele pudesse subir até seu quarto e descansar e isso o emputeceu. 
  Muitos dizem que a banda saiu na porrada em pleno calçadão da Praia de Copacabana.
   Enfim, o que se sabe é que a banda decreta o seu fim, Billy duffy vai de férias para sua terra natal sem falar com seu parceiro, em setembro de 96 ele monta um projeto intitulado INTERSTATION junto com Mark Brzezicki (da banda Big Country e baterista do disco LOVE); Craig Adams no baixo e Vincent Rocker nos vocais.
   ASTBURY resolve montar uma banda solo de nome HOLY BARBARIANS juntamente com Scott Garret do The Cult e gravam um album em 96 de nome CREAM,  produzido nos estúdios onde os Beatles gravavam em Liverpool, terra natal de Astbury. Para a guitarra contrata o desconhecido PATRICK SUGG, texano que tocava na banda LUCYFER YOUNG;  para o baixo no album ORLANDO SIMMS,  e para turnê MATT GARRET, irmão de Scott Garret.
  A banda cai na estrada com um extensa tour pelos eua e pela europa , executando todas as faixas do album CREAM e mais covers dos Beatles, The Cult e até uma  versão intrumental do tema do excelente filme EXPRESSO DA MEIA NOITE, contando com a presença de um tecladista, o HOLY BARBARIANS faz bonito com suas canções POP-ROCK pra lá de bacanas, mais uma vez a música eletrônica é presença onipotente no trabalho de Astbury, e juntamente com o álbum saem singles remixes com versões eletrônicas de Dolly Bird, dedicadas ao seu povo de Liverpool e uma belíssima música que não saiu no disco: HATE YOU, que soa quase como provocação a seu ex parceiro Duffy. Ian agora de madeixas loiras convida NOEL GALAGHER do OASIS pra tocar com eles Helter Skelter dos Beatles, em um show dos Barbarians na INGLATERRA, com o Oasis no auge da sua popularidade mundial, enquanto isso, Billy Duffy trabalha em futuros projetos com seu parceiro inglês MIKE PETERS do THE ALARM.

 

 

Billy Duffy logo após o primeiro hiato da banda


publicado por Rodrigo às 06:40
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